O Bebezinho e a Coisa Que o Atacava

Isto aconteceu quando eu era um menino, eu estava com a minha mãe e a minha avó e o meu tio, irmão da minha mãe, que é, três meses mais velho do que eu. Nós naquela época, não era SUS, era o INPS, estávamos em um posto de saúde esperando a nossa vez de ser atendido e, nesse momento, chega uma mulher jovem, com um bebezinho recém-nascido, todo enrolado num cobertorzinho, com a mãe dela e sentaram ao lado da minha avó. Essa cidade era em Passo Fundo, aqui no Rio Grande do Sul.

A minha avó viu a jovem mãe com a cara abatida, cansada, triste e assustada, e começou a puxar conversa. Aí ela começou a contar uma história estranha. Mostraram, ela mostrou o rosto da criancinha e a minha avó e a minha mãe olharam.

Eu e o meu tio tentamos olhar, mas fomos repreendidos com um olhar severo e eu levei um cutucão. Tivemos que sentar, não pudemos ver. Aí, ouvimos elas contar, que a criança tinha o nariz e a boca toda inchada, como se tivesse sido chupada.

Ela contou que isso acontecia praticamente toda noite e eles já tinham feito de tudo. Era uma coisa, que eles não sabiam o que era, que vinha atacar a criança, chupava o nariz e a boca da criança e o bebê estava ficando cada vez mais fraco e os médicos não sabiam dizer o que era. Aí, minha avó disse, isso já nem é coisa de médico, ela era muito católica, devota, leva a um padre, mas eles já tinham levado a um padre, tinham ganhado até água benta, mas não tinha resolvido nada.

Inclusive, seguindo conselhos, eles haviam se mudado para outra ponta da cidade, Passo Fundo é uma cidade grande, mesmo naquela época já era grande, foram para outra ponta da cidade mudar de casa, porque tinham dito para eles que podia ser uma cobra ou podia ser um morcego que vinha chupar a boca e o nariz da criança à noite. Eles se mudaram e continuou do mesmo jeito, mesmo tendo se mudado do outro lado da cidade. Alguns parentes, se prontificaram, eles fizeram rodízio durante vários dias à noite para vigiar a criança, mas não sei como, a criança continuava sendo atacada do mesmo jeito.

Eu era muito criança, eu não lembro o que eles falaram, o porquê, como mesmo tendo gente cuidando lá, ainda assim era atacada. Aí a minha avó disse, tem que, então nesse caso, como não adiantou nada, tem que levar em um benzedor, rezador forte ele tem que fazer uma reza muito forte, porque isso aí não é uma coisa normal, é uma coisa ruim que está atacando a criança, somente com uma reza muito forte para tirar, ou isso é um espírito, ou é uma coisa ruim, ou até mesmo uma pessoa que é do mal que está fazendo isso. A moça e a mãe da moça agradeceram, o médico as chamou, depois a gente não as viu mais.

Esse mundo é uma coisa, eu tenho certeza, ele é bizarro, estranho, e não é nada do que dizem para gente acreditar que é, e muito menos o que a gente pensa que seja.

 

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