Estranho lapso de tempo em uma manhã de domingo

Eu tinha 14 anos. Eu morava em uma cidade lá no interior, aqui do Rio Grande do Sul. Lembro que era uma manhã de domingo, de verão, quente.

Eu levantei, como se fosse uma manhã normal, como qualquer outra. E, de repente, eu não sei por qual motivo, eu senti um impulso que tinha que ir para algum lugar. Eu lembro que saí, passei pela minha mãe que estava na cozinha, saí no pátio da casa e, na frente de casa, vi o meu pai lavando o seu carro.

Eu lembro que  estava de chinelo, bermuda e de camiseta. Eu passei por eles, aparentemente não percebido, e saí caminhando.

Atravessei a cidade e, estranhamente, eu não sentia cansaço nem calor, porque fui para o outro lado da cidade, que era bastante longe. E aquela cidade tem bastante subidas e descidas, as ruas de lá. Passei, inclusive, por estradas que, naquela época, não eram calçadas nem asfaltadas.

Quando eu cheguei do outro lado da cidade, parei no trevo e peguei o asfalto que ia para outra cidade, que ficava a uns 40 e poucos quilômetros de distância. E andei cerca de uns 2 ou 3 quilômetros e, de repente, eu parei na beira do asfalto, naquela manhã de domingo, quieta, silenciosa, bastante clara, ensolarada e quente, em frente a uma cerca de arame farpado, que, do outro lado, eu vi que tinha uma plantação de soja e, mais adiante, além da plantação de soja, eu vi que tinha árvores, como uma pequena floresta, um pequeno bosque. Senti que tinha de entrar ali.

Passei pela cerca, que, obviamente, era privada. Atravessei aquela plantação, cheguei no meio daquela pequena floresta, no meio daquelas árvores, e olhei para cima. E, a partir desse momento, eu não lembro mais nada, a não ser eu caminhando no asfalto, na beira da estrada, voltando para casa.

O que aconteceu lá, até hoje, eu não consigo lembrar, apesar de lembrar de tudo o que aconteceu até aquele momento e depois desse momento, eu lembro nitidamente, claramente. Mas o que aconteceu quando eu olhei para cima, eu não consigo lembrar. Eu fiz todo o trajeto de volta, como se estivesse um tanto tonto, meio confuso.

Eu cheguei em casa, não falei nada para meus pais, tomei um banho, e tudo voltou ao normal. Esse mundo é estranho, é bizarro. E hoje, depois de tantos anos, eu sei que naquela cidade em que nasci, muitos fenômenos estranhos acontecem.

Hoje em dia, está sendo mais comentado, naquela época não se gostava de falar muito sobre isso. Esse mundo é muito estranho. A minha vida é estranha e bizarra.

 

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