Feitiçaria?
Isto aconteceu numa época em que trabalhei no interior do Rio Grande do Sul como programador de computador para uma empresa de engenharia. Lá eu conheci uma moça que tivemos amizade e a gente conversava bastante, sentado num muro na frente da empresa em que trabalhava. Um dia ela veio, apareceu meio chorosa, dizendo que seu tio tinha estado numa discussão na cidade onde ele morava, discussão de trânsito, em uma sinaleira e no calor da discussão ele puxou uma arma e matou o outro sujeito que ele estava discutindo.
Então ela me falou que o seu tio tinha ido preso e na cela onde ele estava, começou a agir de forma estranha. Ele ficava acocorado no canto da cela como um sapo, com os olhos esbugalhados, sem falar com ninguém. Aí ela, meio chorosa, disse que não sabia o que fazer.
Eu disse para ela procurar uma feiticeira, vidente que tinha por lá. Eu nunca tinha ido, mas já tinham me falado dela. Foi só o que me veio na cabeça.
Ela falou para a família do seu tio e eles foram. Quando chegaram na vidente, a vidente lhes disse que o tio dessa moça que conheci tinha matado um homem que era esteio de família. Ele vivia só para a família, a esposa e dois filhos adolescentes.
E que, por ele derramar sangue inocente, nem ela podia fazer nada para quebrar o feitiço que havia sido feito, pois essa família havia procurado uma feiticeira. Essa feiticeira costurou o nome dele dentro da boca de um sapo, em um cemitério, não tendo o que fazer.
Realmente, um tempo depois, a moça apareceu me falando que seu tio havia morrido, espumando pela boca, com os olhos esbugalhados, como se fosse um sapo. E quando os médicos fizeram autópsia, foi dito que o seu estômago estava com a aparência do estômago de um sapo, sendo que foi dado como a causa da morte desconhecida.
Até hoje isso não me sai da cabeça.